terça-feira, 1 de maio de 2012

Dadaísmo, a lógica da desconstrução

    O movimento cinematográfico conhecido como Dadaísmo surgiu na cidade de Zurique, em 1916. Na Europa, a primeira década do século XX foi marcada pelo começo da Primeira Guerra Mundial. A guerra trouxe fortes consequências econômicas e sociais para as nações em combate, o que fez com que inúmeros cidadãos dos mais diversos países daquele continente migrassem para locais onde encontrassem mais segurança.
    A Suíça, então, se tornou uma espécie de refúgio para pessoas de toda a Europa. A capital, Zurique concentrava essa reunião de imigrantes que trouxeram consigo seu conhecimento e sua arte. Entre as mais variadas artes com as mais diferentes referências, estavam grupos produtores de cinema que haviam se formado calcados nos estilos de diferentes escolas cinematográficas. 
    Instalado na capital suíça, o Cabaret Voltarie reunia artistas de escolas como o cubismo francês, o expressionismo alemão e o futurismo italiano. A mistura de todos esses estilos gerou um novo movimento cinematográfico conhecido como Dadaísmo. Concebido  por um grupo de poetas, escritores e artistas plásticos e liderado Tristan Tzara, Hugo Bali e Hans Arp, este movimento tinha forte caráter anárquico e nasceu com o objetivo de questionar o conceito da arte antes da primeira grande guerra.
    O termo Dadaísmo não possui definição concreta. O nome do movimento deriva da palavra dada, que significa brinquedo ou cavalo de pau. A alusão com a fala de um bebê foi feita para marcar a falta de sentido que movimento pregava. Os fundadores do movimento criaram uma história para reforçar a ideia da ausência de sentido e para simbolizar o caráter antirracional do movimento. O mito contava que os criadores do dadaísmo abriram aleatoriamente um dicionário e inseriram um estilete sobre ela, encontrando assim, o nome para o movimento.
    O movimento cinematográfico conhecido como Dadaísmo nasce com a intenção declarada de destruir todos os sistemas e códigos estabelecidos no mundo da arte. Questionando a existência da arte, da poesia e da literatura, se coloca, portanto, como um movimento antipoético, antiartístico e antiliterário. Esta vanguarda é uma ideologia que rejeita todo e qualquer tipo de tradição ou esquema anterior e se coloca contra as leis da lógica, eternidade dos princípios, imobilidade do pensamento e contra o universal.
    Inicialmente, o movimento dadaísta não desenvolveu uma estética específica. A principal forma de expressão da vanguarda está no poema aleatório e no ready e usa a fotomontagem, a colagem e a reinvenção das relações entre os objetos. O dadaísmo defende a liberdade do indivíduo, a espontaneidade e a imperfeição. São características estéticas mais fortes do dadaísmo o caráter irracional e caótico, o uso da ironia, insulto e crítica.
René Clair é um importante nome do Dadaísmo e seu filme "Entr'acter", de 1924. 





    Assim como Man Ray com "Le retour a la raison" de 1923, que também marca as produções dadaístas.




    Os dois filme apresentados acima guardam as características uma vez que manipulam a imagem de forma que não segue uma lógica, usa do humor, apela ao absurdo e experimenta elementos diferentes.

 Lidiane Tonon



Nenhum comentário:

Postar um comentário